sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

domingo, 9 de janeiro de 2011

AS MINHAS MEMÓRIAS - 4 - Vida Militar - O Galho

CRÓNICAS DA VIDA MILITAR (4)



O GALHO
A vida militar foi de facto uma parte importante da vida de qualquer jovem, durante os anos da guerra colonial. Essa vivência deixou em nós marcas muito importantes e difíceis de esquecer, ou que jamais serão esquecidas. Muitas pessoas quando ouvem relatos dessa época, não dão importância aos factos e é assim que esta fase das nossas vidas é sistematicamente ignorada principalmente pela classe politica. Cabe-nos a nós antigos combatentes, não deixar cair no esquecimento os factos que marcaram o país, durante 13 anos, e que resultaram na morte de milhares de jovens, outros milhares de estropiados e vitimas do stress de guerra.

A vida dos jovens nos anos 60 e princípios de 70, foi terrivelmente marcada pela guerra colonial.

A tortura começava logo, na fase de incorporação e a seguir a instrução, que se resumia a preparar a “carne para canhão”. A instrução militar pautava-se por exerc+icios físicos extremamente difíceis, acompanhado por elevadas doses de acção psicológica, cujo fim mais não era que tornar justificável o que não tinha justificação: a guerra.

Um dos exerc+icios que nos incutia terror era sem sombra de dúvida o famoso “galho”. A partir de uma plataforma a vários metros do solo, o instruendo, deveria lançar-se e atingir um galho pendente de um poste a uma distância considerável. Se o instruendo tivesse o infortúnio de não conseguir atingir o “galho” a queda seria desastrosa e levava muitas vezes ao hospital. Mas, o terror do “galho” dissipava-se a partir do primeiro salto, se o mesmo fosse bem sucedido. Partir daí, tudo era mais fácil.

Mas temível era igualmente o pórtico, para além de outros exercícios difíceis de concretizar. A instrução pretendia criar nos jovens o espírito de revolta por isso eram humilhados constantemente durante a instrução militar.

Noutras crónicas irei relatando factos relacionados com esta fase da minha vida. Não colocando de parte outros episódios doutras fases da minha vida e desde que a memória me permita, relatar.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

REFLEXÕES SOBRE O NATAL

NATAL - FESTA DA FAMÍLIA?

Mais uma vez, o espírito natalino toma conta das pessoas. A azáfama, a correria de loja em loja, não se compadece com a tão divulgada crise económica.
Fazem-se esforços e sacrifícios para se agradar a este e aquele, para se contemplarem os “amigos”, para se receber em troca um beijinho, uma carícia, e …uma prenda de volta!
Entretanto, o espírito natalino, tenta envolver as famílias. Diz-se então que esta é a “Festa da Família”.
Mas será que a família apenas merece uma festa no ano?
Bom, é uma verdade. Em tempos antigos mas não remotos, o termo “Família” era outro mais respeitado.
Recordo ainda, os bons velhos tempos, quando ia à Vila, e minha mãe me recomendava : vai ver as tuas avós ,tuas tias, os teus primos. E eu naturalmente, sempre com muita alegria, lá andava de casa em casa, visitando todos os meus parentes. Era um dia de Festa para mim.
Hoje? Hoje acontecem coisas dignas de registo. Vivendo familiares na mesma localidade passam-se tempos, sem que se visitem. Outras vezes, familiares que estão longe, porque tiveram que partir para outras paragens, quando regressam, não se preocupam em visitar este ou aquele familiar. Ignoram-se uns aos outros. O espírito de Família já não existe tão acentuadamente.
Mas, - valha-nos isso – pelo menos, uma vez no ano, as famílias mais próximas reúnem-se para festejarem esta data. Valha-nos isso!!
Aproveito pois, para desejar a todas as Famílias e muito especialmente à minha, um Natal com muito amor e muita saúde
L

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

NO ANIVERSARIO DA RADIO PORTUGUESA

NOS 75 ANOS da RÁDIO PORTUGUESA



Estou no norte do País, mais propriamente em Trás-os-Montes, numa aldeola situada em plena região do Alto Douro. Localidade lindíssima, casas implantadas nos socalcos,por entre vinhedos , onde neste inverno rigoroso, como todos os invernos, numa noite muito fria, à volta duma lareira, vendo a televisão, na qual se transmite um espectáculo comemorativo dos 75 anos da rádio portuguesa. E, naturalmente, sendo este blogue, criado especialmente para  retratar as minhas memórias, muitas delas me ocorrem agora. Devo dizer que o facto de me encontrar em Trás-os-Montes, no Alto Douro, será motivo para numa outra crónica vos relatar o porquê da presença deste alentejano nestas paragens. Mais tarde prometo fazê-lo. Por agora são as recordações da Rádio Portuguesa, que me inspiram a escrever.

E, na sequência do programa que a nossa televisão apresenta, todo ele repleto de recordações, referentes aos primeiros anos da nossa Rádio, não posso ignorar, os momentos vividos na minha infância, na década de 60, na herdade dos Almargens, mais propriamente no “monte” hoje reduzido a ruínas. A casa do lavrador, onde eu passava o meu dia a dia, especialmente a cozinha, que recordo ampla, com uma lareira enorme, onde nas noites de invernia, a fogueira nunca se extinguia, e à noite se reuniam para alem do lavrador, outros trabalhadores da herdade. Nessa altura nem se falava ainda em televisão, mas a telefonia, já começava a aparecer. Na casa senhorial, havia um aparelho de telefonia, nesta altura a pilhas. Anteriormente existiram no “monte” outros aparelhos idênticos, alimentados por baterias de 12 volts, que periodicamente eram carregadas na Vila. À volta destes aparelhos, recordo-me, reuniam-se todos os dias as mulheres do “monte”, para ouvirem em profundo silêncio, só entrecortado pelas lágrimas que não resistiam ao “romance”, patrocinado pelo primeiro detergente que me recordo – o tide- depois o omo. À volta da telefonia, as mulheres ouviam o relato do “romance”, muitas vezes com cenas dramáticas. Que naturalmente enchiam os olhos de lágrimas.

Mas, quando referi os anos 60, não era minha intenção, voltar a falar, dos romances do tide-. Aqui o que eu pretendia recordar, era a figura do meu compadre Leonor, almocreve da herdade. O nosso amigo, que no momento em que escrevo já partiu, deixando para mim inúmeras recordações que um dia irei escrever, não perdia uma noite sequer a transmissão da rádio clandestina “ Rádio Moscovo”. O lavrador, muito receoso destas questões atentatórias do regime político vigente, e vítima das pressões exercidas pelos esbirros do regime, junto das populações rurais, não via com bom grado a audição desta emissora clandestina. Mas com muitas insistências do meu compadre, lá anuía e deixava que o Rádio Moscovo, transmitisse e fosse ouvida a sua programação anti regime salazarista.

O regime político português de então e anterior ao 25 de Abril de 74, contrariava estas audições, com programas como “ rádio Moscovo não fala verdade”, ou então o “Angola é Nossa”, para alem de outros programas criados a propósito, para exercerem a acção psicológica do regime ditatorial junto do povo português. Outras emissões clandestinas existiam como por exemplo as da Rádio Argel, difundidas a partir daquela cidade capital da Argélia em território do norte de África. A policia politica- PIDE- não dava tréguas aos resistentes e o perigo era enorme, dadas as ameaças existentes com a repressão a todos os que se opunham às ideias perseguidoras do regime anti democrático.

E termino esta minha crónica, quando no programa que a televisão transmite neste momento, se ouvem os acordes do “Grândola vila morena” e o relato do 25 de Abril de 1974. Data histórica, que jamais poderá ser esquecida.

domingo, 8 de agosto de 2010

MINHAS MEMÓRIAS - MINHA AVÓ ERMELINDA

Ando com um dilema enorme . Tinha-me proposto a mim mesmo escrever e dar a conhecer as minhas memórias. Acho que, no inicio, mercê daquele desejo de colocar cá fora as recordações que nos acompanham, a tarefa não foi difícil. Mas com o passar do tempo, começa a falhar-me a memória dos factos passados. Quero escrever , mas, sinceramente faltam-me os motivos.

Alguém que me é muito querido, costuma dizer-me: “Então o passarinho perdeu o pio?” . Não quero que tal aconteça, porque a vida do ser humano é recheada de factores que nos acompanham para sempre e que merecem ser relatados. Pois , meus amigos e amigas, ainda há muito para vos relatar e como tal vou fazer um esforço, trazendo ao de cima, momentos, vivências e pessoas que de uma forma ou de outra contribuíram para a vida que vivemos.

E, assim hoje, vou relembrar uma pessoa pela qual nutro uma enorme saudade, a par de uma admiração pelo que foi enquanto pessoa. Trata-se da minha avó ERMELINDA.

A MINHA AVÓ MATERNA ERMELINDA

De seu nome Ermelinda, ou Ermelinda Júlia, Pereira Alves Ribeiro, nasceu no Porto na freguesia da Sé, mais própriamente na Rua do Loureiro, tendo vindo para Lisboa, com tenra idade. Seu pai ao que consta era industrial de barbearia, com diversos estabelecimentos do ramo, na baixa lisboeta. Igualmente e tanto quanto nos é dado saber, a família residia então numa casa perto da Loja das Meias, na rua da Prata.

É preciso ter em conta que a vida da minha querida avó Ermelinda foi e será sempre um enigma, dado que pouco se sabe da mesma. Sabemos , por aquilo que dizia, ter o 5º ano do Liceu Camões em Lisboa, o que para a época constituía alguém com uma certa cultura e conhecimentos. Ainda me lembro da forma como falava sobre ópera. Ela conhecia muitas das óperas e pelos vistos, na sua juventude assistia a espectáculos do género. Nunca soubemos, verdadeiramente a vida da nossa querida avó. Como veio parar ao Alentejo? O que concorreu para, sair de uma família de posses económicas, vir para o Alentejo e aí passar todas as vicissitudes?

Há muita coisa na vida desta mulher, que nunca se chegou a saber. Eu próprio tenho comigo muitas vivências que a mesma me contava, mas por respeito à sua memória, não as torno públicas.

Lembro-me, que estando eu no serviço militar em Lisboa, resolvi contactar o então director do jornal “O Século”, João Pereira da Rosa, e informar-me se poderia colocar naquele jornal um anuncio tentando saber o paradeiro de familiares. O senhor, recebeu-me no seu gabinete com toda a gentileza e disse-me que, o Século poderia publicar um anuncio, mas que era necessária a autorização da própria.

Daí, logo que tive oportunidade, falei com minha avó sobre o assunto. A resposta não se fez esperar: “Nunca, não autorizo, que faças uma coisa dessas”

E , a minha avó, que diariamente lia o jornal “ O Século”, embora com um dia de atraso ( era-lhe emprestado pelo comandante do posto da GNR de Alvalade), no dia seguinte à sua publicação. E, daí por diante o jornal era percorrido linha a linha, artigo a artigo, na tentativa de se aperceber de algum artigo consigo relacionado.

A minha querida Avó Ermelinda nunca chegou a anunciar à família( filhos) o paradeiro dos seus irmãos e outros familiares. Segundo consta, aquando da morte de seus pais, ao ser solicitado aos irmãos um inventário dos bens em testamento, o mesmo não condizia com aquilo que minha avó sabia existir. E, segundo consta, com algum orgulho optou por cortar relações com os irmãos abdicando da sua parte no testamento. Isto, aquilo que consta. A verdade? Nunca se soube.

Minha avó morreu pobre. Tinha 80 e tantos anos. Eu estava a trabalhar em Almada e recebi a informação da sua morte. Logo de seguida rumei a Alvalade. No funeral de minha avó, a pessoa a quem eu tanto admirava e respeitava pela sua cultura, pela sua bondade e carinho para com os familiares e especialmente os netos, não resisti e no cemitério chorei em voz alta, aquilo que só em casos raros o faço. Ainda hoje guardo comigo a memória da minha querida AVÓ ERMELINDA.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

AS MINHAS MEMÓRIAS - Cronicas da Vida Militar - 2

CRÓNICAS DA VIDA MILITAR (2)


Ingressei no exército, em Junho de 1969, tendo sido incorporado, no então CISMI (Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria), em Tavira. Curiosamente, na gíria militar, aquela unidade era apelidada por – CISMI – Centenas de Indivíduos Sacrificados Martirizados inocentemente.

Embarquei em Alvalade, no comboio “foguete” que por aqui passava pela madrugada, com destino ao Algarve. Cheguei como muitos outros, às portas de quartel, antes do nascer do sol e aí nos juntámos aguardando que os portões se abrissem.

Lembro-me, que entre nós, estava um jovem, igualmente à civil, com o cabelo um tanto crescido, ao contrário dos restantes, com o mesmo cortado a pente zero. E, então, um de nós acercou-se dele e disse-lhe” Oh militar, esse cabelinho não está grande demais?” O outro não lhe respondeu. Por fim lá se abriram os portões e de imediato fomos convidados a formar na parada. Quando tal aconteceu e chegados os oficiais, para nosso espanto, e terror daquele que havia chamado a atenção do que tinha o cabelo crescido, deparámos com um tenente, de varinha na mão, que berrava com todos, ordenava castigos corporais. Foi o primeiro contacto com a acção psicológica que havia fazer parte dos dias seguintes. O tal tenente, tinha fama nas guerras de África, pelas torturas que aplicava nos indígenas. Curiosamente não me lembro o seu nome. mas tudo me parece que era o famigerado tenente Robles, conhecido também pelo Trotil. Quando se acercou de mim, apontando-me a varinha ao peito disse-me: donde é que você é? E eu respondi, eu sou de Alvalade-Sado. Prontamente, aquela besta fascista gritou: onde é que fica essa merda?

Esta foi a recepção. Não só a mim, como aos restantes, que constituíam mais uma remessa de “carne para canhão”.

A recruta em Tavira foi o pior que nos poderia acontecer. A alvorada às seis da manhã. A formatura logo de seguida e depois do pequeno almoço ( agua com café) a ordem unida do costume, no campo da Atalaia. Exercícios físicos duros, preparavam-nos para África. O “galho”, “pórtico”, o rastejar pelo pó e pela lama das salinas, faziam de nós, não pessoas humanas mas sim autênticos animais .

Os dois meses e tal da recruta depressa se passaram. Após esta fase, deram-me a profissão de “mecânico auto”, eu que nem sabia o que era a vela de um motor. Mas a atribuição de especialidades não deixava de ter a sua graça. Por exemplo a um aspirante das finanças deram-lhe a especialidade de enfermeiro ( o meu querido amigo furriel Pais).

Investido naquelas funções – mecânico auto – guia de marcha para Sacavém, afim de aprender a lidar com os motores das viaturas. Nada se aprendia claro! Passávamos os dias entretidos à volta de um motor de viatura e no fim do curso eis que somos promovidos a cabos-milicianos do serviço de material e enviados para os CICA’s – Centros de Instrução Auto, a fim de tirarmos a carta de condução. Outra anedota: - em quinze dias estávamos aptos a conduzir viaturas ligeiras e pesadas. A mim calhou-me o CICA de Elvas, instalado no aquartelamento ali existente. Lembro-me que à chegada ao quartel, ficámos horrorizados pois as camas que nos foram atribuídas estavam pejadas de percevejos. Claro que, com muito sacrifício conseguimos juntar-nos e alugamos quartos na cidade. A instrução era-nos dada por um antigo colega meu, da Escola Industrial de Beja, com o posto de furriel miliciano. Como disse bastaram 15 dias para nos porem na mão a “carta verde”.

Lembro-me do exame de condução. Asneiras sobre asneiras. A mim calhou-me não acertar com a saída do aquartelamento. Após várias “marchas atráz” lá consegui enfiar o camião no portão da muralha.

Depois, novamente para Sacavém, onde nos foram atribuídas as unidades militaresnde iríamos prestar serviço da nossa especialidade – “mecânicos auto”

A mim saiu-me na sorte a Escola Prática de Artilharia em Vendas Novas. E digo sorte porque foi aí que tive os meus melhores tempos de serviço militar.

(continua)

domingo, 23 de maio de 2010

AS MINHAS MEMÓRIAS - Cronicas da vida militar - 1

O navio Carvalho Araújo, que me "transportou" para a Guiné
MEMÓRIAS DA VIDA MILITAR

A vida militar, roubou-me anos à vida. Não só a mim, como a muitos milhares de jovens, que como eu passaram pela guerra de África



Entendo descrever aqui alguns episódios, uns tristes outros mais alegres. Infelizmente no nosso País, poucos são aqueles que pertencem ao poder, que fazem questão de lembrar essa época, preferindo recordar episódios filmados da guerra do Vietname.



E isso é demonstrado pela forma como o Estado, desprezou tantos, daqueles que de lá vieram, com problemas do foro psicológico, o chamado stress pós traumático de guerra. Veja-se muitos dos nossos médicos, quando lhes falamos dos nossos problemas, aliados às vivências passadas no interior das antigas colónias. A grande parte, parece não ligarem, ou então ignoram pura e simplesmente. Mas, não são apenas os ex-militares que ainda hoje sofrem de pesadelos constantes que lhes alteram a forma de viver. Igualmente as suas esposas, muitas delas, continuam a carregar com o pesadelo da guerra.



As nossas escolas? Ignoram pura e simplesmente essa faceta triste da nossa história. Os nossos jovens, não “ligam” a essas experiências pelas quais, o “cotas” passaram. Quando deveria ser a escola, um dos meios colocados á disposição dos jovens para lhes falar destes tempos, que ninguém quer que se repitam.



Os meios de comunicação social, principalmente a televisão, encorajam a nossa juventude, a incorporarem-se no exército. Muitas vezes à falta de empregos. São as fileiras, a única solução para aqueles e aquelas que desejam um emprego. Depois de lá estarem, vêm as ofertas e os convites para “missões de paz” no estrangeiro. A troco de muitos euros, os nossos jovens partem, muitas vezes sem a certeza do regresso.



Assim, Portugal, continua a ter um papel bélico, não comparável ao que teve nos tempos da ditadura, mas sim, com características próprias e sob a ideia da defesa da paz.



Enfim, os que vão para essas guerras, vão de forma voluntária e oxalá as suas motivações sejam conseguidas, que vão e regressem com vida e saúde, é só o que poderemos desejar.



Tentarei descrever aqui, diversos episódios da minha vida militar. Não o faço por vaidade ou orgulho pessoal. Faço-o para que, não fiquem em branco as páginas relacionadas como alguns anos da minha vida, da minha juventude. Ao mesmo tempo darei assim a conhecer, principalmente aos mais novos, uma parte daquilo que lhes deveria ser transmitido pelos sucessivos governos do período pós-25 de Abril de 1974