E, numa dessas ocasiões, colocou-me a ajudar a carregar palha, da eira, para a “aramada” (local onde dormiam os muares). A eira ficava no meio da várzea frente ao monte, separada deste, pela linha do caminho de ferro. A palha era transportada de um local para o outro, num carro de mulas, preparado com uma rede. O almocreve com a forquilha, atirava a palha amontoada no solo, para dentro do carro, e o meu trabalho consistia em, lá dentro do carro ir calcando a mesma, com os pés. Claro que, quando o almocreve atirava cá de baixo a palha, a mesma caía-me em cima, e entrava por dentro da camisa, provocando forte irritação no corpo Resultado, cada vez que o carro passava pelo monte, tinha que mudar de camisa, tal a irritação que a palha causava em contacto com o meu corpo. E, a minha mãe, não teve outra solução que não fosse retirar-me desse trabalho, pois não conseguia arranjar as camisas necessárias.
Noutra ocasião, mandou-me apanhar tomate. Nessa altura a cultura do tomate era intensa, haviam grandes lavras de tomate, que era transportado para a Vila, onde estava instalada a ECA – Empresa de Concentrados de Alvalade. Fazia um calor enorme, um daqueles dias em que a temperatura subia a mais de 40 graus. Era de facto um trabalho muito penoso, a apanha do tomate. E a minha mãe lá me mandou “experimentar” esse trabalho. Eu, juntamente com outras pessoas, apanhava o tomate para um balde e daí ia depositá-lo nas caixas de madeira que depois eram transportadas para a fábrica. O calor era sufocante e o “manageiro” ou “capataz” era o meu compadre António Leonor, um homem alegre mas que se preocupava com o facto de eu, não estando habituado à canícula, ter de andar ali juntamente com rancho. E a dada altura, disse-me:
- Oh compadre ( eu era padrinho dos seus netos), você não aguenta este calor, vá embora, vá pró monte!
Claro, que era isso que eu desejava ouvir. E lá abalei satisfeito por me ver livre, daquele trabalho de escravos. Quando cheguei ao monte é que foram elas!
A minha mãe, deu-me uma valente tareia e imediatamente me “recambiou” para a lavra, a fim de continuar o meu trabalho. O meu compadre, coitado lá teve, contrariado que me readmitir.
Mas hoje, sei dar o valor aos trabalhos do campo, embora muitos deles hoje já sejam feitos por máquinas.
Noutra ocasião, mandou-me apanhar tomate. Nessa altura a cultura do tomate era intensa, haviam grandes lavras de tomate, que era transportado para a Vila, onde estava instalada a ECA – Empresa de Concentrados de Alvalade. Fazia um calor enorme, um daqueles dias em que a temperatura subia a mais de 40 graus. Era de facto um trabalho muito penoso, a apanha do tomate. E a minha mãe lá me mandou “experimentar” esse trabalho. Eu, juntamente com outras pessoas, apanhava o tomate para um balde e daí ia depositá-lo nas caixas de madeira que depois eram transportadas para a fábrica. O calor era sufocante e o “manageiro” ou “capataz” era o meu compadre António Leonor, um homem alegre mas que se preocupava com o facto de eu, não estando habituado à canícula, ter de andar ali juntamente com rancho. E a dada altura, disse-me:
- Oh compadre ( eu era padrinho dos seus netos), você não aguenta este calor, vá embora, vá pró monte!
Claro, que era isso que eu desejava ouvir. E lá abalei satisfeito por me ver livre, daquele trabalho de escravos. Quando cheguei ao monte é que foram elas!
A minha mãe, deu-me uma valente tareia e imediatamente me “recambiou” para a lavra, a fim de continuar o meu trabalho. O meu compadre, coitado lá teve, contrariado que me readmitir.
Mas hoje, sei dar o valor aos trabalhos do campo, embora muitos deles hoje já sejam feitos por máquinas.
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